Discurso da professora Eliana Souza

por ocasião de sua Recepção na Academia Itabaianense de Letras, em 26 de setembro de 2014

NUNES MENDONÇA: NA TRILHA DO ESCOLANOVISMO[1]


Profª Dra. Josefa Eliana Souza
À Josefa Carmelita Souza.

Para apresentar o patrono da cadeira n°17 da Academia itabaianense de Letras - José Antônio Nunes Mendonça entendo ser importante estabelecer o caminho para pôr em prática tal missão. Na Introdução, esclareço como e por que construí o estudo; na parte I apresento breve biografia de Nunes Mendonça e a contribuição do professor Florentino Menezes em sua formação. Na parte II, discuto o interesse de meu patrono pela difusão das ideias da Escola Nova em Sergipe. Finalizo tecendo considerações sobre os limites e contribuições do pesquisador e divulgador do escolanovismo entre os anos 1950 e 60. Este estudo constitui-se resultado de pesquisa no âmbito da História da Educação, e especialmente sobre aquela que diz respeito ao Estado de Sergipe. Os profissionais deste campo de conhecimento tem produzido inúmeros estudos os quais contribuem para aprofundar os conhecimento, sobre o a educação brasileira, sergipana e de vários municípios de nosso estado. Com a criação do Mestrado (1994) e, posteriormente do doutorado em Educação (2007) na Universidade Federal de Sergipe (UFS) tornou-se possível afirmar que foi criado mais um campo de trabalho, conhecimento e de pesquisa para quem pretende aperfeiçoar-se, sobretudo, no oficio de pesquisador. Em 2014, estamos comemorando duas décadas dessa iniciativa, que tem se revelado profícua pela qualidade dos estudos realizados e produção[2]. Por isso, registro os meus cumprimentos a todos que fizeram e fazem parte do Núcleo de Pós-graduação em Educação da UFS!
Este texto é resultado da pesquisa publicada, inicialmente, como dissertação intitulada Em busca da democracia: a trajetória de Nunes Mendonça orientada pelo Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento e defendida no Núcleo de Pós-Graduação em Educação da UFS, em 1998. Transformada em livro recebeu o nome de Nunes Mendonça - um escolanovista sergipano publicada, em 2003, pela Editora UFS/ Fundação Oviêdo Teixeira.
O estudo amparou-se em fontes, tais como: jornais sergipanos de 1939 a 1973, ata e livro de concurso para ingresso no Instituto de Educação Rui Barbosa/IERB, mensagens e relatórios dos presidentes do Estado de Sergipe, cartas, cartões, telegramas e ofícios pertencentes ao arquivo particular mantido por Fernando Mendonça (único irmão de Nunes Mendonça residente, na ilha do Governador, no Rio de Janeiro). Além de entrevistas com o governador de Sergipe - Sebastião Celso de Carvalho (1964-67); o deputado e professor da Universidade Federal de Sergipe - Manoel Cabral Machado; o deputado e membro da Comissão Parlamentar de Inquérito - Aloísio Tavares dos Santos; professoras do Instituto de Educação Rui Barbosa - Ivone Mendonça e Maria da Glória Menezes Portugal; da diretora do IERB-Maria das Graças de Azevedo Melo; assim como o aluno do Colégio Estadual de Sergipe[3] e membro do movimento estudantil sergipano Wellington Mangueira e alunas do Instituto de Educação Rui Barbosa. O estudo contou ainda com as contribuições da bibliografia pertinente as discussões aqui propostas.

 

I

A opção neste texto é de apresentar a trajetória ou itinerário de Nunes Mendonça como divulgador e defensor da Escola Nova, e como sugere Suely Kofes (2001, p. 25) privilegiando o caminho, o percurso no qual o sentido e perspectiva serão considerados como elementos do estudo. Portanto, cabe levar em conta ainda as orientações metodológicas indicadas por Marc Augé, quando nos ensina que "falar do itinerário, é falar da partida, da estada e do retorno, mesmo que se deva entender que há várias partidas, que a estada é também viagem e que o retorno não é jamais definitivo" (apud Kofes, 2001, p. 25). Esclareço que o uso da expressão trajetória ou itinerário pode dar a ideia de um caminho previamente pensado, totalmente traçado. O sentido que pretendo dar ao uso da expressão trajetória ou itinerário não está preso a aquele entendimento. Não pretendo falar de um caminho previamente definido e planejado, mas de um percurso que foi construído a partir de objetividades e subjetividades, de acertos e equívocos, um caminho percorrido pelo individuo sujeito as vicissitudes da vida, que sabe as vezes movido pelas circunstâncias e não somente por sua vontade, como nos ensina Bourdieu (2007, p. 74-82).
Esta pesquisa evidencia momentos de partidas, estadas e retornos vivenciados por Nunes Mendonça na multiplicidade de ações e de papéis que desenvolveu. Foi aluno, jornalista, divulgador e deputado do Partido Trabalhista Brasileiro, presidente do Partido Trabalhista Nacional em Sergipe, além de professor, escritor e pesquisador da educação pública sergipana.
O que lhes apresento foi resultado de um encontro por meio do jornal O Nordeste, no qual tive, pela primeira vez, conhecimento sobre Nunes Mendonça. Naquele momento, fazia parte de um grupo de pesquisa da Secretária Municipal de Educação, em Aracaju. Era composto por mim, Tereza Cristina Cerqueira da Graça e Betisabel Vilar de Jesus Santos. A notícia que li sobre Nunes Mendonça suscitou minha atenção, inicialmente, por conta do teor da mesma e depois, pelo desconhecimento acerca daquele itabaianense.
Nunes Mendonça nasceu em 15 de dezembro de 1923, na cidade de Itabaiana/SE e faleceu em 15 de junho de 1983, vítima de parada cardíaca em Vitória/Espirito Santo. Era filho do comerciante Salatiel Pereira Mendonça e da professora primária estadual Alzira Nunes Mendonça com quem fez os primeiros estudos. Em virtude da transferência da mãe para a cidade de Aracaju, a família passou a residir na capital sergipana. Nunes Mendonça estudou até o terceiro ano primário no Grupo Escolar General Siqueira de Menezes[4] e no Colégio Tobias Barreto, o quarto ano primário. Neste estabelecimento, foi aluno do respeitado professor José Alencar Cardoso, o "Professor Zezinho", e no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora estudou a 1a e 2a série do curso ginasial e, a 3a no Colégio Estadual de Sergipe. Conforme Fernando Mendonça[5], as dificuldades que encontrou no aprendizado da Matemática, contribuíram para que José Antônio encerrasse os estudos formais. Contudo, é possível afirmar que os ensinamentos obtidos nos estabelecimentos de ensino, e o interesse pela escrita manifestavam-se de forma criadora no adolescente que, no curso ginasial, fundou e dirigiu jornais como: Voz do Estudante, Símbolo e Rumo (Mendonça,1956, p. 203 -208).
Para falar da continuidade dos estudos daquele adolescente faz-se necessário trazer a contribuição de Florentino Menezes que, além de fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, foi no entendimento de Adriana Elias Magno da Silva o primeiro sociólogo sergipano, conforme esclarece a autora "desde 1913, havia em Sergipe um intelectual com uma produção relativamente consistente sobre Sociologia num período em que esta disciplina ainda conquistava espaço dentro das academias europeias"[6]. O fato evidencia que Nunes Mendonça estava em contato direto com um estudioso afinado com as ideias e as leituras do seu tempo.
As ações do professor Florentino Menezes sobre Nunes Mendonça contribuíram no gosto pela literatura pedagógica e sociológica, assim como na fundação de Centros de Estudos e lhe possibilitou o conhecimento de autores como Spencer, Simmel, Le Bon e Durkheim, este também interlocutor de Fernando de Azevedo. Quanto a leitura das obras do "pioneiro", como é conhecido o autor do Manifesto dos Pioneiros, em 1932, foi estimulada, certamente, nos Seminários de Sociologia da Educação, que participou no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos/INEP, em meados da década de 50 (Cf. Nunes Mendonça, 1958, p. 205-210).
Nunes Mendonça cultivou amizade com o professor desde a adolescência e ela permeou a sua vida. O sociólogo contribuiu sensivelmente para ampliar o raio de conhecimento de um aluno ávido por ele e disposto a embrenhar-se pelas sendas da ciência, certamente, na tentativa de superar as deficiências oriundas do abandono da escola formal. Encontramos registros da relação respeitosa entre o aluno e o professor fato muito comum derivada das concepções morais da época. Contudo, Nunes Mendonça esteve sempre disposto a evidenciar a importância dos ensinamentos obtidos com o "grande mestre': Por isso, considero importante dar atenção a este aspecto porque entendo que aí está o ponto de inflexão que modifica e orienta a formação cientifica de Nunes Mendonça.
Florentino Menezes perseguia o sonho de ver as discussões sociológicas fluírem em terras sergipanas e quem sabe talvez um curso pudesse ser organizado para discutir ideias e obras, naquele campo. E, assim pensando resolveu buscar um caminho. Em 1913 publicou o seu primeiro estudo no campo da sociologia com a obra Estudos chorográfico e social do Brasil e foi quando, também começou a carreira de funcionário público. Em 1926 ingressou como professor catedrático do Colégio Atheneu Sergipe após ter defendido as teses: A influência do clima nas civilizações e Estudos de Sociologia: o processo de seleções na sociedade. Deste modo ingressava numa instituição conceituada que abrigou nomes que se revelaram importantes na cientificidade sergipana.
A Reforma Rocha Vaz estabeleceu por meio do Decreto n° 16.782 de 13, de janeiro de 1925, que deveria ter uma cadeira de Sociologia nos cursos ginasiais, oficializando essa disciplina no ensino secundário no estado. Animado com as aulas de Sociologia que passou a ministrar no Atheneu, o professor Florentino Menezes optou por dar uma guinada em sua produção cientifica e resolveu elaborar um livro didático. Por isso escreveu, em 1931, o Tratado de Sociologia. Incomodava a Florentino a ausência de material didático que pudesse servir de referência para que os professores estudassem a Sociologia. A ausência de referência institucional para os mestres motivou a criação do livro didático. Este tinha a finalidade de sistematizar conceitos fundamentais para o ensino daquela disciplina, conforme explicitou na Introdução da obra:

A ideia da publicação deste livro apareceu, como uma synthese das diversas condições que orientavam a iniciação e o desenvolvimento do curso de Sociologia, em Sergipe, no anno de 1929. Inaugurado este curso, compreendi logo a dificuldade extrema em que se encontravam as minhas alunas que eram apenas tres, as quaes não conseguiram, com a urgência necessária para a marcha regular do ensino, o compendio então exigido pelo regulamento (MENEZES apud SILVA, 1977, p. 19-20)[7].
Conforme Silva (1977, p.160), Florentino sonhava em ver os conhecimentos da sociologia discutidos e espalhados por entre intelectuais e os jovens alunos. Esse caminho poderia promover transformações e fazer com que Sergipe não ficasse distante do que acontecia no mundo e no Brasil. Por isso, era preciso se encaminhar para uma sociedade mais moderna e democrática. "Florentino estava interligado com o mundo, e as ideias e mudanças que ocorriam tanto no exterior quanto em outros estados do Brasil chegavam-lhe quase que instantaneamente" (SILVA In: PLANCHAREL e OLIVEIRA, 2007, p.160).
Florentino Menezes é descrito como "aquele homem excêntrico, tímido, que possuía um vasto conhecimento, mas parecia escondê-lo com seu jeito sério e, ao mesmo tempo humilde. O homem de postura esguia, sóbrio, que andava sempre empertigado, de calça, paletó, colete, camisa e gravata" (SILVA, 1997, p. 15). Era um professor querido pela turma como revelou o ex-aluno Emmanuel Franco[8] na sequencia completou "parecia com Castro Alves ou com Augusto Comte, com quem ele queria parecer" (SILVA, 1997, p. 16).
Foi com esse professor que Nunes Mendonça encontrou-se ainda adolescente. Florentino já era um homem respeitado e considerado um grande estudioso sergipano, além de lecionar no Atheneu Sergipense e ser detentor de uma produção cientifica no campo da Sociologia, com mais de dez livros publicados.
O relacionamento de Nunes Mendonça com Florentino foi pautado sempre numa troca na qual o mestre formava o aluno e dele recebia o reconhecimento e atenção amiga. Tornando-se assim mais que um aluno, mais que um leitor das obras do mestre - um amigo e confidente. No artigo publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe -A verdade sobre o fundador do IHGSE, Nunes Mendonça afirmou: "Fiz-me amigo de Florentino em 1938. Li todos os seus livros. Em 1959, nos derradeiros dias, minha família e eu nos revezamos junto ao seu leito" (Mendonça In: Revista do IHGSE, n° 27, p. 109).
No discurso que fez no sepultamento do "grande mestre" como denominava o professor, em 20 de novembro de 1959, revelou:

Há vinte anos passados - recordas, Mestre? - entrava em tua casa um rapaz tímido, de 14 anos, com o seu primeiro trabalho literário na mão. E de lá saía, horas depois, um jovem sorridente, encorajado por tua bondade ilimitada, estimulado por tua inquebrantável fé nos moços, nos quais divisas os construtores do mundo de amanhã, que sonhavas justo para com todas as criaturas. (...) E é aquele mesmo adolescente de outrora hoje homem feito, prematuramente envelhecido pelo sofrimento e com o espírito sulcado pelas mesmas atribulações que te martirizavam a existência edificante, que te vem agradecer, à beira do túmulo, a amizade estimulante e a confiança que sempre lhe dedicaste, chegando a elegê-lo, nos últimos tempos, para teu confidente: confidente de tuas mágoas e depositário de teus segredos (O NORDESTE, 1959, p. 109).
Entendo que "atribulações que te martirizavam a existência edificante" estavam relacionadas as transformações que Mendonça viu acontecer na vida e saúde do professor. Ao final de onze anos de trabalho no Atheneu Sergipense, Florentino solicitou aposentadoria por motivo de saúde e encerrou de forma precoce a sua vida acadêmica. Por conta disso acabou tendo problemas financeiros porque o valor reduzido da aposentadoria que recebia desvalorizou-se ainda mais, com a passagem da moeda nacional de réis para cruzeiro. A tendência para a vida reservada foi acentuando-se cada vez mais. Tornou-se mais arredio e fechou-se cada vez mais sobre si...
Mas, cabe assinalar que o respeito pelo mestre foi demonstrado por Nunes enquanto Florentino estava vivo. Em 1948, por meio de campanha conduzida pela Rádio Difusora defendeu a mudança do nome da rua de São Vicente para Florentino Menezes. A aprovação foi obtida por força da Lei no 24 de 16 de novembro de 1948, na Câmara Municipal de Aracaju.
Foi no começa da década de quarenta que Nunes Mendonça iniciou sua carreira profissional, ao ser contratado para a função de revisor da Imprensa Oficial, em 1942. Dois anos depois foi escriturário, após concurso público, e foi chefe da secção de seleção e aperfeiçoamento do Departamento de Serviço Público (DSP). Submeteu-se a concursos, desempenhou cargos e funções administrativas, recebeu promoções e prêmios, proferiu aulas e conferências, além de ter sido jornalista, deputado pelo PTB e professor no ensino secundário.
Aliadas as mudanças que ocorriam no mundo e no Brasil, nos anos 50, estavam as transformações marcando a paisagem aracajuana e, divulgadas com muito estardalhaço pela imprensa sergipana, a exemplo da implantação dos sombreiros nos pontos de ônibus. A cidade precisava de aeroporto mais moderno afim de receber aeronaves maiores. A avenida Rio Branco ficava mais repleta de populares a observarem uma draga nova e mais potente retirar as areias movediças que dificultavam a chegada de embarcações ao ancoradouro, enquanto alguns intelectuais debatiam sobre o resgate da atividade portuária na tentativa de volta aos tempos ricos de movimentação e progresso, como assinalou Graça (2002, p. 20). As transformações arquitetônicas eram marcadas pelas inaugurações cheias de festas e alardes, discursos e aplausos de um público que se encantava com o prédio de três andares. A inauguração do Edifício Mayara, em janeiro de 1951, com seus quatro andares foi altamente comemorado porque Aracaju estava se modernizando a tal ponto que alguns, ironicamente chamaram de"arranha-céus"[9].
Na cidade de Itabaiana não havia arranha-céus modificando a arquitetura da cidade, nela prevalecia construções menos ousadas que as da capital, mas já se percebia mudanças como a finalização da construção do Edifício Pio XII, em 22 de fevereiro de 1954, que segundo Bispo (2013, p. 176) seria inicialmente um auditório e foi transformado, posteriormente, no Cinema Santo Antônio. A década de 50 também foi marcada pela construção da Maternidade São José, uma obra realizada pelo Centro de Ação Social Católica de Itabaiana(CASCI). No âmbito da política, Itabaiana assistiu a vitória da candidatura para prefeito de Serapião Antônio de Góis (1955-1958), que contou com o apoio do representante da União Democrática Nacional(UDN) - Euclides Paes Mendonça e, Nunes Mendonça já havia ingressado no campo da política, na capital sergipana.
As contribuições de Nunes Mendonça, como deputado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB foram discutidas por mim, em livro, mas a opção aqui foi a de apresentar ao itabaianense, o defensor da corrente pedagógica chamada Escola Nova.

 

II
O Instituto de Educação Rui Barbosa (IERB) foi um dos espaços onde Nunes Mendonça firmou sua defesa acerca da Escola Nova, como um caminho para transformar a educação sergipana. A ele interessava atuar no campo da educação e, sobretudo no IERB. As Escolas Normais, como ficaram conhecidas, eram instituições bastante respeitadas no país inteiro por conta da formação que propiciavam as moças oriundas, muitas vezes, de famílias bem situadas financeiramente.
Nunes Mendonça precisava estar atento às exigências que o exercício do magistério lhe cobraria, como é possível perceber no escrito de Freitas & Nascimento, (2008, p.169) "Não obstante o fato de estarem exclusivamente dedicados ao ensino ou de acumularem outras atividades, os professores da Escola Normal eram reconhecidos por uma identidade comum: a de intelectuais da educação". Quando Nunes Mendonça ingressou na Escola Normal de Sergipe, à época denominada de "Instituto de Educação Rui Barbosa" por ele, havia passado uma constelação de professores e professoras altamente reconhecidos pela sociedade sergipana. Neste sentido, pode-se citar os nomes de Norma Monte' Alegre dos Reis, Etelvina Amália de Siqueira, Abdias Bezerra, Antônio Ávila Lima, Arthur Fortes, Franco Freire, Cônego Carlos Costa, Helvécio de Andrade, Penélope Magalhães e Quintina de Diniz - a primeira deputada sergipana, entre outros.
Cursar a Escola Normal era também a principal oportunidade que tinham, as pessoas do sexo feminino, de receberem formação e reconhecimento intelectual e angariar algum tipo de prestígio social, econômico e político. Mas, muitas famílias ainda visavam que a formação de suas filhas estivesse voltada para o preparo da futura professora, e para a formação de moças casadoiras e preparadas para o manejo de trabalhos domésticos. Então, ser aluna da Escola Normal constituía-se também num momento importante de preparação, nas vidas daquelas moças - as normalistas.
Essas alunas foram celebrizadas por Benedito Lacerda e David Nasser na composição Normalista, cantada por Nelson Gonçalves e dizia de um moço cujo coração fora arrebatado pelo amor da normalista. Vestida de azul e branco /Trazendo um sorriso franco/ No rostinho encantador/ Minha linda normalista/Rapidamente conquista/ Meu coração sem amor. (..) Mas, a normalista linda/ Não pode casar ainda /Só depois que se formar/ Eu estou apaixonado/ O pai da moça é zangado/ E o remédio é esperar...[10] Observe que os últimos versos revelam o papel formador das Escolas Normais ao preparar as moças para o casamento, de modo que o rapaz teria que esperar a moça completar os estudos, sob pena de arrumar um conflito com o pai da amada. A paixão deveria ser regida pela razão - esperar era a norma, do contrário o respeito que a moça deveria ter as regras da sociedade reflexo do patriarcalismo, seria atingido. Era pautado nessa visão que se situava o projeto educacional pensado pelos professores do curso normal inspirado no modelo tradicional, em que a atividade da normalista articulava-se à condição de mulher e mãe. E o magistério estava associado à ideia de "vocação" e "missão". Formar mulher para o casamento, para ser mãe dos filhos gerados por ela e, educar os filhos de outras era uma tarefa de muita importância e exigia conhecimento dos professores formadores. Então, Nunes Mendonça percebeu que a sua tarefa era difícil e, era preciso preparação.
Neste sentido, compreendo que o contato com o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, além das leituras e os cursos realizados no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep) contribuíram para formar um adepto do escolanovismo, movimento pedagógico que havia declarado a insuficiência da pedagogia e da escola tradicional diante da modernidade capitalista, e levara a polarização do debate entre os adeptos da Escola Tradicional e da Escola Nova. E neste sentido, a leitura das obras de Fernando Azevedo e Anísio Teixeira havia impressionado Nunes Mendonça.
As ideias do escolanovismo divulgada no Brasil por Anísio Teixeira tinham amparo nas leituras das obras de John Dewey, de qual se transformou em tradutor dos estudos pedagógicas. Nos Estados Unidos da América, Dewey postulava a transformação da escola e que esta modificação alteraria a sociedade e, formaria uma gente com visão democrática. Para garantir a ação de uma escola transformadora era preciso reorganiza-la e dotar de laboratório, espaço, estrutura e profissional preparado para ser parte das modificações.
Estas ideias estavam sendo postas em prática no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, popularmente conhecida como Escola Parque, na cidade de Salvador, inaugurada em 21 de setembro de 1950. Nela, foi oferecida à criança uma educação ativa e integral, sem esquecer sua alimentação até a preparação para o trabalho e cidadania. Os espaços daquela instituição foram destinados às atividades desportivas, além de cuidar da higiene, do setor do trabalho e nesta foi incluída tecelagem, tapeçaria, encadernação, cerâmica, cartonagem, costura, bordado, trabalhos com couro, lã, madeira e metal. Também era um espaço para o cultivo das artes: música, dança, teatro e artes visuais, a exemplo de pintura e escultura. Essa pedagogia configurou uma experiência bastante rica, e importante para a difusão do modelo educacional no país. Inspirado pelo Relatório Delors-Unesco, Anísio Teixeira pensou a educação a partir de quatro eixos: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e aprender a ser. Da Escola Parque, Anísio Teixeira foi para a direção do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), em junho de 1952, após a administração de Murilo Braga de Carvalho (1946-1952) que havia desaparecido num acidente aéreo durante uma viagem, a serviço daquela instituição. Na direção do Inep, Anísio Teixeira prosseguiu defendendo uma educação que favorecesse camadas menos privilegiadas sob o ponto de vista socioeconômico e, era favorável a escola pública, universal, gratuita e laica. Faz parte da obra de Anísio Teixeira a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), em 1955, com sedes regionais, cuja a função era elaborar estudos para conhecer com mais profundidade a escola, o professor, o aluno, e as práticas pedagógicas que estavam sendo realizadas. As sedes regionais deveriam fazer uma radiografia da educação que era difundida, naquele ambiente, sobretudo a ministrada pela escola pública.
Em janeiro de 1956, Nunes Mendonça já estava estagiando no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, que o incumbiu de realizar o levantamento da situação educacional de Sergipe. E entre os anos de 1956 a 1958 realizou viagens de estudo em Salvador para conhecer o Centro Educacional Carneiro Ribeiro e a Escola Experimental. No Rio de Janeiro fez observações no Instituto de Educação, no Colégio Bennett e na Escola
Experimental. Estas escolas haviam adotado a prática pedagógica baseada nas ideias do escolanovismo. Nunes Mendonça foi um observador de experiências bem sucedidas na difusão de uma escola desvinculada dos padrões tradicionais em que o professor era o centro.
Urgia que a escola tomasse outro rumo, outra noção de educação, um professor que possibilitasse o aprendizado mais eficiente do aluno, como afirma Diana Vidal (In: Lopes, Faria Filho & Veiga, 2000, p. 498);

O trabalho individual e eficiente tornava-se a base da construção do conhecimento infantil. Devia a escola, assim, oferecer situações em que o aluno, a partir da visão (observação), mas também da ação (experimentação) pudesse elaborar seu próprio saber. Aprofundava-se aqui, a viragem iniciada pelo ensino intuitivo no fim do século XIX, na organização das práticas escolares. Deslocado do "ouvir" para o "ver", agora o ensino associava "ver" a "fazer':
Então, era necessário preparar a normalista dentro dos moldes preconizados pelo escolanovismo e para Nunes Mendonça, Sergipe ainda não havia tomado conhecimento da revolução coperniciana ocorrida na educação. A exemplo da revolução que descobrira ser o sol e não a terra o centro do universo conhecido, na educação teria se processado algo semelhante a partir das concepções escolanovistas que centraram no aluno e não no professor o interesse do processo de aprendizagem. A pesquisa de Nunes Mendonça sobre a educação sergipana, motivado pelos contatos com o Inep foi ampliada, e tratou-se de uma análise que além de aspectos geoeconômicos e socioculturais de Sergipe, apresentou elementos estruturais e pedagógicos. Com a finalidade de compreender como poderia articular as mudanças educacionais ele analisou as "características psicológicas do sergipano", ao tempo que percebeu a necessidade de transformações econômicas para a mudança educacional ou seriam essas que promoveriam as mudanças econômicas? Como Sergipe faria essas modificações? Era importante para Nunes Mendonça compreender o caminho para as reformas.
O relatório que elaborou para o INEP foi também utilizado para Nunes Mendonça apresentar como tese no concurso que o efetivou como professor catedrático de Pedagogia, do Instituto de Educação Rui Barbosa, em 1956. Ao ser aconselhado a aprofundar o estudo pelo INEP, acabou por construir A educação em Sergipe, livro publicado pela Livraria Regina, em 1958. Texto que constitui-se numa referência para os que desejam aprender sobre as práticas pedagógicas que marcaram, sobretudo, a educação pública em nosso Estado, nos anos 50 e 60. Propôs em A Educação em Sergipe uma reforma com base na melhoria de qualidade de ensino e na expansão da escola pública. Estes seriam os dois pilares fundamentais para o processo de socialização da educação no Estado Sergipe. Dessa maneira declarava sua adesão a instituição que considerava fundamental para a realização de uma sociedade mais livre, generosa, justa e com uma gente mais feliz. Criticou o caráter seletivo da escola primária, a má formação dos professores e, cobrou a participação dos pais e comunidade no acompanhamento da educação dos seus filhos. Relatou a partir das pesquisas no interior de Sergipe que ao tentar desincumbir-se de suas funções, concediam ao professor excessiva autonomia. Sobre essa posição apresentou-nos um caso:

Contou-nos um administrador escolar que, uma ocasião convidado o pai de certo aluno desajustado, para entendimentos acerca do filho, ouvira (...) "Professor, pode bater no menino, se quiser! Pode até matá-lo, que providenciarei o sepultamento, mas, pelo amor de Deus, não me mande chamar! Sou um homem ocupado e não posso perder tempo. Coloquei meu filho na escola para ver se consigo torná-lo capaz de enfrentar a vida, como bom cidadão. Pode agir! Não me precisa comunicar cousa alguma" (MENDONÇA, 1958, p. 184).
Esses comportamentos motivaram a sugestão de Mendonça para a criação de um grupo de mestras visitadoras cuja finalidade seria reduzir as possíveis diferenças entre os pais e a escola, cuidando das boas relações entre essas partes o que resultaria em beneficio para o processo educacional.
Os estudos que havia realizado contribuíram para a sua participação na XIII Conferência Nacional de Educação, integrando a Comissão Regional Bahia-Sergipe e foi incumbido de analisar os problemas que deveria abordar no conclave nacional. Conforme proposta da comissão organizadora deveria ser abordado.

O magno problema das prioridades para a educação, nos próximos cinco anos, com o propósito de introduzir, no campo da educação pública nacional, a ideia de planejamento, sem a qual iremos caminhando ao sabor das correntes"(MEN-DONÇA, 1960, p.1).
No Plano geral de prioridades para a educação nos próximos cinco anos, no Estado de Sergipe, Mendonça fez diversas sugestões dirigidas ao governo do estado, ou seja; ao advogado e governador Luiz Garcia (1959-62). Entre as sugestões estavam: a necessidade de reformar o ensino primário. E, para isso, Nunes Mendonça previa revisão de currículo; ampliação do curso; aplicação de modernas técnicas de ensino; renovação dos métodos de administração escolar; e restabelecimento da inspeção escolar com o sentido de orientação pedagógica. Assim como havia registrado em A Educação em Sergipe, interessado em reformar a educação sergipana, sugeriu que se instalasse um curso rural intensivo de dezoito meses, em regime de internato gratuito para a preparação de professores para a educação rural. Esta proposta foi baseada na experiência vitoriosa do município de Cantagalo, no Rio de Janeiro e deveria ser aplicada na cidade de Itabaiana, aproveitando as instalações da Escola Normal Rural Murilo Braga. Propunha que o custeio do curso deveria ser patrocinado por convênios entre as prefeituras municipais e o governo estadual. Ao governo federal caberia auxiliar com recursos financeiros e mão de obra especializada. Neste curso" além dos estudos sistemáticos, cuidar-se-ia de desenvolver a aprendizagem de indústrias domésticas e rurais"(MENDONÇA, 1958, p. 3).
É sabido que na administração do governador José Rollemberg Leite (1947-1951) e do Professor Acrísio Cruz como diretor do Departamento de Educação do Estado (1947-1951) foram criadas Escolas Normais em Itabaiana e Lagarto, conforme a Lei no 212, de 29 de novembro de 1949.
De acordo com o estudo realizado por Miguel" eram empossadas pessoas não qualificadas, com conhecimentos superficiais para os devidos fins e essas ações poderiam comprometer os objetivos da Escola Rural" (2011, p.10). Entre outras dificuldades é preciso registrar que a referida autora complementa: "A Escola Normal Rural em Itabaiana teve problemas com a descaracterização da proposta de ensino rural, uma vez que não se observa nos documentos nenhum registro com disciplinas voltadas para as técnicas agrícolas" (MIGUEL, 2011, p. 20). Então, é possível perceber que assim como evidenciou a crítica na pesquisa de Miguel, Nunes Mendonça(1958,1960) também apontou para o problema e, sugeriu solução para formar adequadamente as futuras professoras primárias rurais, em Itabaiana.

CONCLUSÃO
Nunes Mendonça escreveu outros estudos e produziu inúmeros artigos em jornais diversos da imprensa sergipana, sobretudo nas décadas de 50 e 60. Neste estudo, optei por privilegiar o divulgar da Escola Nova em Sergipe por meio de sua produção no livro A Educação em Sergipe e o Plano geral de prioridades para educação nos próximos cinco anos, no Estado de Sergipe. Afinado com as discussões pedagógicas procurou levantar dados sobre a educação sergipana tanto na capital, quanto no interior. Entendeu que poderia servir a Sergipe pensando em como reformar a educação; preparar mais e adequadamente o professor para o exercício de seu oficio em sala; como poderia a família e a comunidade fortalecer os laços com a escola e inserir cada vez mais a criança no ambiente escolar e transformar esse ambiente num espaço não de preparação para a vida, mas que a educação acontecesse na vida da criança - que a educação fosse a própria vida. Como deputado pelo PTB demonstrou interesse por questões sociais e educacionais ajustado as ideias da transformação consensuada, não assumiu uma postura mais radical de quebra da estrutura que regia a sociedade, pautou-se nas regras do jogo populista no qual o político representava a ponte ideal e magnânima entre os desfavorecidos e os Estado. Além de deputado, escritor, pesquisador da educação sergipana foi também, professor do Instituto de Educação Rui Barbosa. As suas ações e propostas pedagógicas constituem um capitulo muito interessante e que deve ser conhecido pelos sergipanos.
Neste escrito, a opção metodológica pela trajetória de Nunes Mendonça como divulgador do escolanovismo em Sergipe esteve pautada naquilo que se diz sobre o oficio de historiador. Somos construtores de uma história que se fundamenta a partir do recorte, de fontes e da concepção de História que se pretende escrever. Segundo Marc Bloch (2001) o passado serve de compreensão para o presente. Ignorar o passado significa limitar a nossa compreensão do presente e, sobretudo, a ação no presente. A história é busca, portanto escolha, disse Bloch. Meu objeto não é o passado. O objeto do historiador é compreender o homem no presente, e o passado é só um caminho para essa compreensão.
Não faz parte do meu propósito criar um monumento, entendo que Nunes Mendonça deve ser compreendido como um ser humano, um mortal, com virtudes e defeitos, equívocos e acertos, amigos e inimigos, um homem singular e polêmico que para ser compreendido é necessário vê-lo nas malhas tecidas pelo conjunto da sociedade em que viveu. "Bem construído e bem pensado, escrito na base de cuidadoso levantamento da situação educacional em Sergipe, vale à pena ser lido por todos com a atenção que merece[11]" Que a afirmação de Fernando de Azevedo, um dos "pioneiros" da Escola Nova sobre A Educação em Sergipe possa ecoar e seja ouvida na Academia Itabaianense de Letras e, entre os itabaianenses.


REFERÊNCIAS
ALVES, E. M. S. O Atheneu Sergipense - traços de uma História. Aracaju: ADAGRAF Gráfica e Ed., 2005.
BLOCH. M. Apologia da História - ou do ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2001.
BOURDIEU, P. Razões práticas - sobre a teoria da ação. 8a ed. Trad. Mariza Correia. Campinas/SP: Papirus. 2007.
CARONE, E. O Estado Novo (1937-1945). Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1976. DANTAS, J. I. C. Os partidos políticos em Sergipe (1889-1964). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
DAVIS, N. Z.0 retorno de Martin Guerre. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. FREITAS, A. G. B. de. & NASCIMENTO, J. C. do. As Escolas Normais da Província: a organização do ensino normal em Sergipe durante o século XIX. In: ARAÚJO, José Carlos Souza; FREITAS, Anamaria Gonçalves Bueno de; LOPES, Antônio de Pádua Carvalho (Orgs.). As escolas normais no Brasil - do Império à República. Campinas/SP: Ed. Alínea. 2008. GRAÇA, T. C. da. Pés de anjo e letreiros de neon - ginasianos na Aracaju dos anos dourados. São Cristóvão/SE: Editora UFS. 2002. GRAÇA, T. C. da; SOUZA, J. E.; SANTOS, B. V. de J. A Cartilha do Barnabé - a educação pública municipal no governo Conrado Araújo (1959-1963) KOFES, S. Uma trajetória, em narrativas. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2001. MENDONÇA.J. A.N. A educação em Sergipe. Aracaju: Livraria Regina.1958.
MIGUEL, A. da C. Escola Normal Rural Murilo Braga: formando Professores para a área rural? (1949-1969). São Cristóvão: UFS. Monografia de Pedagogia, 2003.
NASCIMENTO, J. C. do. Historiografia Educacional Sergipana - uma crítica aos estudos de História da Educação. Coleção Educação é História, v.1, São Cristóvão: Grupo de Estudos de Estudos e Pesquisas em História da Educação/NPGED, 2003.
NUNES, M.T. História da Educação em Sergipe. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1984.
OLIVA, T. A. de. Estrutura de poder. In: DINIZ, D. M. (Coord.) Textos para a História de Sergipe. Aracaju, UFS/BANESE, 1991.
SANTOS, M. F. de J. Ecos da Modernidade - Arquitetura dos grupos escolares sergipanos (1911-1926). São Cristóvão: UFS, 2009. 211 p. (Dissertação do Mestrado em Educação da Universidade Federal de Sergipe).
SILVA, A. E.M. A Sociologia em Sergipe: um olhar sobre o pioneirismo e atualidade In: PLANCHAREL, A. A.; OLIVEIRA, E. A.(Orgs.) Leituras sobre sociologia no ensino médio. Maceió: EDUFAL, 2007.
SOLA, L. O golpe de 37 e o Estado Novo. In: MOTA, Carlos Guilherme(Org.). Brasil em perspectiva. 8a ed. Rio de Janeiro/São Paulo: DIFEL: Difusão Editorial, 1997.
SOUZA, J. E. Em busca da democracia: a trajetória de Nunes Mendonça. São Cristóvão/SE, 1998. 185 p. Programa de Pós-graduação em Educação/UFS. Dissertação de Mestrado.

 . Nunes Mendonça: um escolanovista sergipano. São Cristóvão/Aracaju: Editora UFS/Fundação Oviêdo Teixeira, 2003.231 p.



[1] Agradeço a leitura do manuscrito deste texto e as sugestões do Prof. Dr. Antônio Carlos dos Santos e, do Bacharel em Direito e Historiador José Rivaldávio Lima.
 
[2] A pós-graduação em Educação da UFS é composta por duas linhas de pesquisa: História, Sociedade e Pensamento Educacional; Formação de Professores. Em duas décadas foram produzidas 325 dissertações e 26 teses. Atualmente tem 39 professores e 130 alunos (52 doutorandos e 78 mestrandos).
[3] Conforme Eva Maria Siqueira Alves, no estudo intitulado O Atheneu Sergipense - traços de uma história, esta instituição de ensino recebeu várias denominações ao longo de sua trajetória: Atheneu Sergipense (1870), Lyceu Secundário de Sergipe (1881), Escola Normal de Dois Graus (1882), Atheneu sergipense (1890), Atheneu Pedro II (1925), Atheneu Sergipense (1938), Colégio de Sergipe (1942), Colégio Estadual de Sergipe (1943), Colégio Estadual Atheneu Sergipense (1970) e depois Colégio Estadual Atheneu Sergipense - Centro de Excelência, desde 2003 (Alves, 2005, p. 81-82).
[4] Inicialmente, recebeu o nome de Grupo Central, instituição inaugurada durante a administração do General José Siqueira de Menezes (1911-1914) e conforme Magno Francisco de Jesus Santos (2009, p. 70) tinha a aparência de um "gigante estendido pelas ruas centrais da cidade" (2009, p.183).
[5] Fernando Mendonça em entrevista concedida a esta pesquisadora em 29 e 30 de dezembro de 1997, na cidade de Aracaju.
[6] 6 SILVA, Adriana Elias Magno da. Florentino Menezes: um sociólogo brasileiro esquecido. São Paulo: PUC, 1997. Dissertação de Mestrado.
 
[7] Mantida grafia do texto original.
[8] Emmanuel Franco Filho(1919-2008) foi engenheiro agrônomo e atuou como livre docente em Biogeografia na Universidade Federal de Sergipe. Foi professor da antiga Escola Agrotécnica Federal de São Cristóvão e membro da Academia Sergipana de Letras. É autor da Biogeografia do Estado de Sergipe.
[9] 9 Freire Ribeiro poeta e amigo de Nunes Mendonça publicou no jornal O Nordeste, em 16 de agosto de 1952, Cântico de louvor a Aracaju e ironizou as construções no sentido vertical. Aracaju quis brincar com as nuvens/ erguer os braços para o azul dos céus/ e, corajosa, buscou o azul profundo/ com João Leal e João Hora/erguendo arranha-céus! (O NORDESTE apud GRAÇA, 2002, p. 21).
[10] A letra da música Normalista está disponível em <http://letras.mus.br/nelson-goncalves. Coletado em 29/1/2013>.
[11] "Trecho da carta de Fernando de Azevedo para Nunes Mendonça, endereçada da cidade de São Paulo, 30 de março de 1959. Arquivo da autora.
 

Comentários

Postagens mais visitadas